
Lalá, ansioso e preocupado, no ano de 1937, resolve ir a Boa Esperança para conhecer Nair.
As crônicas do lugar descrevem Lamartine, ao chegar na cidade, como “magro, feio e desdentado; porém, um sultão orgulhoso de seu harém”.
Apresentaram-lhe a única Nair do lugar, que era uma menina de 6 anos de idade. Decepcionado, não desistiu e continuou sua busca pela cidade, até que alguém lhe revelou: “Nair era um ‘marmanjo’ que o ludibriara para conseguir sua foto”! Apesar do receio da verdade, o dentista Carlos Alves Netto, irmão de Nair, assumiu: era ele quem mandava as cartas.
Ao saber de tudo, Lalá capitulou, silenciosamente, sem comentários. Ficou na cidade e conheceu melhor Carlos Netto, de quem se tornou grande amigo.
A juventude e os músicos do lugar passaram a se reunir, diariamente, com Lalá, que à luz de lampião, em volta da mesa, a todos encantava com sua inteligência privilegiada.
Assim, marcado um piquenique para a despedida de Lamartine, este, olhando a Serra da Boa Esperança que emoldurava a paisagem, começou a solfejar as notas, que Carlos Netto ia escrevendo na pauta improvisada num pedaço de jornal. E com as notas, foi saindo a letra.
Quando da reinauguração do Clube Dorense, foi prevista uma homenagem a Lamartine Babo, porém ele faleceu antes. Assim, em sua homenagem, a municipalidade ergueu um monumento, numa das principais vias públicas da cidade, a Avenida Marechal Floriano Peixoto.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_da_Boa_Esperan%C3%A7a_%28can%C3%A7%C3%A3o%29
Letras:
Serra da Boa Esperança, esperança que encerra
No coração do Brasil um punhado de terra
No coração de quem vai, no coração de quem vem
Serra da Boa Esperança meu último bem
Parto levando saudades, saudades deixando
Murchas caídas na serra lá perto de Deus
Oh minha serra eis a hora do adeus vou me embora
Deixo a luz do olhar no teu luar
Adeus
Levo na minha cantiga a imagem da serra
Sei que Jesus não castiga o poeta que erra
Nós os poetas erramos, porque rimamos também
Os nossos olhos nos olhos de alguém que não vem
Serra da Boa Esperança não tenhas receio
Hei de guardar tua imagem com a graça de Deus
Oh minha serra eis a hora do adeus vou me embora
Deixo a luz do olhar no teu luar
Adeus